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[GSK] Verdade circunstancial e verdade universal

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 20 de novembro de 2015


[GSK abre a aula]


Vamos começar com o nosso trabalho de hoje. Antes de começarmos, eu queria falar um pouquinho com vocês sobre um assunto. Hoje pela manhã eu li uma frase da uma monge que dizia assim: "conversa, bar e internet não vão preencher a sua vida". Eu queria saber o que vocês acham disso. Como isso soa para vocês? Sem dizer se é falso ou verdadeiro.


Aluna: Na minha experiência faz sentido.

Outra aluna: Na minha é uma realidade. Isso realmente é um vazio total. GSK: Quem mais tem uma opinião? [ninguém se manifesta] OK! E se vocês então estivessem escutando essa frase como professores de Kundalini Yoga? Vocês têm alguma opinião?


Aluno: Acho isso um pouco desconectado do mundo porque essa é realidade da maioria das pessoas: conversa, bar e internet.


GSK: Tá, mas se a gente for por aí, a gente vai pensar que o mundo está do jeito que está porque o mundo todo está no: bar, conversa e internet.


Aluno: É só que existe um tom de julgamento.


GSK: Isso! Nenhum de vocês escutou como uma verdade absoluta? Eu estou trazendo isso para vocês porque são coisas com as quais vocês se deparam toda hora aí fora, e vocês precisam refinar um pouco como vocês abordam uma situação dessas. Na nossa perspectiva agora, "conversa, bar e internet não preenche a vida", mas "conversa, bar e internet preenche a vida"! Às vezes até a minha. O que quero dizer é: o julgamento moral indica "olha, eu estou querendo dizer isso", mas ele não explica. Ele apenas dá um julgamento, faz uma crítica, porque existe algo melhor num lugar, mas ele não indica o que é melhor, ele deixa subentendido. Então, quando vocês como professores de Kundalini Yoga, que são professores não só perante seus alunos, mas na sua vida, quando um aluno seu se preenche com conversa, bar e internet, o que você tem a fazer?


Aluna: Mostrar as outras alternativas.


GSK: Não! Por que a gente não mostra as outras alternativas? Porque a gente não é alternativa. A gente não quer que o aluno seja igual a gente, de forma nenhuma. Então a gente não mostra alternativa. Se um aluno seu chega para você e diz assim: "olha, eu faço kundalini yoga, eu faço sadhana, mas eu adoro conversa, bar e internet e isso preenche a minha vida"? Digamos que vocês saibam o projeto espiritual do aluno, o projeto de crescimento daquele aluno; aquele aluno quer realmente ser gente, se transformar, e ele chega para você e diz isso, o que você fala? Nós trabalhamos com esse tema no Kundalini Yoga demais! Quando uma pessoa se preenche com bar, internet e conversa, quem é o professor dela? O que vocês falam para o aluno, gente?! Vocês tem que usar uma coisa chamada Gatka. Gatka é uma penetração profunda como professor. Você não quer ficar no moralismo. Não estou dizendo que a monja que disse isso está errada ou está certa, eu só estou reinterpretando isso à luz do Kundalini Yoga. Não interessa onde ela está certa, ou onde ela está errada, estou falando de nós. Vocês têm que usar uma gatka. Quem gosta de bar, conversa e internet tem uma psique adolescente, essa pessoa pode ter 15 anos como 65 anos, é uma psique adolescente. Vocês lidam o tempo todo com os seus filhos nesse lugar. Não adianta conversa. Qual seria a Gatka? Essa Gatka vem do seu corpo radiante. Qual seria a palavra que deixaria a pessoa boquiaberta?


Aluno: Serviço?


GSK: O aluno vai achar que você está oferecendo uma alternativa. Vocês já mencionaram isso, a questão do tempo. É falar assim: "o que não te falta na vida é tempo, se nesta não der para você cumprir o que você tem que cumprir, tem outra". Entendeu? Uma gatka! Você não está querendo julgar, você não está querendo polarizar, você só está dizendo "tempo é o que mais você tem". Vocês têm que entender que uma psique adolescente não está aberta ao diálogo. Ela está só afirmando o que ela quer, o que ela faz, o que ela julga para ela ser importante. Se você entrar numa psique adolescente e começar a dialogar, você nunca vai chegar em lugar nenhum. Vocês precisam sair do lugar em que vocês dão alternativas ou julgam. Vocês precisam se posicionar livres do gancho. Qual é o gancho da psique adolescente? É sempre a provocação. Porque quando ela provoca, o que ela extrai do outro? Quando você é provocado, você vem com o seu moralismo. Seu moralismo está certo? Está certo pra você, mas em nenhuma outra perspectiva ele está certo. A provocação quer que vocês se posicionem para que a pessoa que os provoca se reafirme, dizendo: "certamente, eu não sou isso. Eu sou aquilo". Todas as vezes em que vocês entrarem nessa conversa – de indagar, de dar alternativas – mais vai reforçando a convicção e o isolamento daquela psique.


No Kundalini Yoga, você penetra numa psique adolescente, normalmente, deixando de lado qualquer desejo de querer ter ou de ser uma autoridade. Nós queremos ser apenas o professor. Um professor diz: assim, nessa vida, em outra, em quinhentas mil, o problema é seu. Quando você vir que aquela pessoa está tomando uma rota que é perigosa, aí sim você tem brigação de fazer alguma coisa. Não é o caso aqui. Mas se ela estiver tomando uma rota perigosa, você diz: "olha, a rota que você está tomando pode te levar para isso, e as consequências é isso, você que escolhe". Ainda assim você não dá alternativa, você só mapeia. Você dá um mapa. Todas as vezes em que diante de uma psique adolescente vocês quiserem posar como alguém que tem mais autoridade, vocês vão se dar mal. Entenderam isso? A gente precisa usar a gatka. A gatka é uma penetração neutra. Vocês conseguem levar isso para a vida de vocês?


Olha que maravilha a internet! Eu encontrei essa frase hoje de manhã no Facebook depois da minha sadhana. E eu vi: parece uma verdade universal, mas alguma coisa nisso não está boa. Fiquei pensando por que soava para mim como uma provocação, e o que isso tinha a ver com o ensinamento do Kundalini Yoga. Vocês precisam, como professores, criar relações com as coisas e a não partir para dentro desse fluxo do besteirol coletivo. Aquilo que parece essencialmente verdadeiro, às vezes não o é. Às vezes é apenas um caminho. Nós estamos criando uma cultura, a cultura do Kundalini Yoga, que é feita para realmente criar uma cultura da liberdade, da autonomia e da soberania. Não é para a gente ficar repetindo chavão por aí, não é uma cultura do moralismo. É uma cultura da responsabilidade. Em que nos tornamos responsavelmente livres para vivermos. Vocês estão comigo? Vocês só vão fazer diferente, só vão ser diferentes de tudo o que vocês tinham medo antes, se vocês forem e fizerem diferente. E deixar de serem moralistas. Para nós, quando a gente passa dos trinta e a psique deixa de ser adolescente, é uma linha muito tênue essa coisa do moralismo porque a gente começa a valorizar muito a moral. Não tem nada de essencialmente ruim na moral. O que é a moral? É quando alguma coisa é essencialmente boa para quem? Para mim! E a ética é uma coisa que é essencialmente para todo mundo, incluindo a mim. Quando uma frase soa estranha é porque eu já estou tão dentro da ética que eu já falo "pô, mas a pessoa que escolheu isso? Eu não estaria servindo essa pessoa?" Se eu a estiver julgando sob o ponto de vista moral, eu não vou atendê-la. Mas nós somos professores de Kundalini Yoga e nós atendemos aqueles que querem bar, internet e conversa. A gente tem que servir a esses! E como a gente vai servir a esses sem sermos uma alternativa? A gente tem que servir a esses dizendo: "eu vou continuar te servindo. Numa próxima vida, a gente providencia outro professor. E assim por diante, até você descobrir como você vai realizar o seu destino". Está certo?


Kundalini Yoga, gente, pode ser esse manancial que pode te tornar apto a conversar com qualquer outro ser humano. Em qualquer zona ideológica. Se vocês estivessem se sentando sobre a ética. E nada para nós é estranho, e nada para nós deveria não merecer a nossa atenção. Todo mundo deveria merecer a nossa atenção porque estamos a serviço de todo mundo. Por causa disso, nós vamos despertar os dez corpos. Vocês precisam ganhar força no corpo radiante. Porque é o corpo radiante que dá pra gente esses insights. No dia em que vocês se apaixonarem por essa teoria, vocês vão poder colocá-la em prática. Quando eu me apaixono por isso eu vou cada vez mais me lapidar para que eu seja um instrumento da ética.


Kryia: Para os dez corpos

Meditação do Kyria: Laya Yoga


Quantos de vocês aqui fizeram Nível II Comunicação Consciente? Nesse curso há um capítulo realmente muito, muito fascinante sobre a verdade pessoal, a verdade circunstancial e a verdade universal. Esse exemplo que eu trouxe para o início da aula cabe bem a essa discussão. Um professor de Kundalini Yoga não vai para o mundo e deixa de relacionar com as pessoas em suas verdades individuais. Além da verdade individual, há a circunstancial, na qual se insere todos aqueles que estão preenchendo suas vidas na conversa, bar e internet, e além dessas há a verdade universal. Então quando quiser se relacionar com qualquer coisa que esteja fora da minha verdade pessoal, que esteja no terreno da verdade circunstancial, ao invés de nos relacionarmos de nós mesmos para o outro, a gente se relaciona de nós para com a verdade universal, com Deus, com o mais amplo. Quando a mente se alinha naquela frequência é que cabem as respostas para o outro. Não se trata de convencer o outro de que você faz diferente e está certo. Não se trata de você dizer que não é e o outro dizer que é. Essa é uma disputa eterna entre uma verdade pessoal e uma verdade circunstancial. A história é alinhar o propósito. O Kundalini Yoga e o Yogi Bhajan são realmente impressionantes. Se apaixonem por isso porque isso é raro. Essa é a Era (de Aquários) em que os ensinamentos devem ser compartilharmos de modo que você faça sentido.


May the long time sun


[Transcrição Hari Shabad Kaur Khalsa]

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