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HUMANOLOGIA

A ciência da psicologia aplicada

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A PRIMEIRA PROFESSORA

Na tradição do kundalini yoga, nós nos conectamos sempre com a força feminina de criação, Adi Shakti. Nas mulheres, ela está no auge do seu potencial durante a gravidez. Toda mulher carrega em si, independentemente de ter filhos ou não, essa energia primária de criação. Nas palavras de Yogi Bhajan, a mulher não é somente uma pessoa, ela é a corporificação da graça de Deus. A mãe, por sua vez, é o receptáculo sagrado por meio do qual todos os seres ingressam neste planeta.

Pelo poder de sua dedicação, seu amor e clareza, e por meio da pureza de suas ações, as mulheres podem criar ideias, desenvolver projetos e conceber uma nova realidade ao seu redor sempre que necessário. Junto com essa bênção de criar, vem a responsabilidade de ser mãe. A mulher-mãe é a primeira professora do/a filho/a e, já no útero, mais do que nunca, esse pequeno ser aprende com a mãe a cada segundo.

A mãe e o bebê estão profundamente conectados em consciência, e tudo o que a mãe sentir a/o filha/o também experimenta: sensações, alegrias e tristezas. Por isso, é tão importante se conectar com experiências positivas ao longo da gestação e transmiti-las ao bebê. Isso não significa que uma experiência ruim fortuita irá causar um grande problema para ele. O que faz toda a diferença é a maneira como a mãe processa e dá sentido àquela experiência. Por esse motivo, é essencial meditar durante a gestação, uma vez que a meditação auxilia no processo de viver em um ambiente elevado, de criar a harmonia dentro e fora de si e de ajustar a própria frequência.

A maneira como a mulher preserva a si e ao bebê durante a gravidez também é essencial. É aconselhável evitar tudo aquilo que for violento, tumultuado, barulhento – como por exemplo, notícias trágicas, histórias que aflorem medos, brigas… Nesse momento, é preferível momentos de relaxamento e contemplação, na presença de pessoas amorosas e da natureza.

É cientificamente comprovada a importância das vivências felizes durante a gestação. Por isso, é importante aproveitar a gestação para se fazer aquilo de que se gosta e se permitir descansar. Dessa forma, a mãe em gestação experimenta sensações que a elevam, a inspiram e criam em torno dela um campo de paz e de felicidade para o desenvolvimento do bebê.

Outra prática fundamental nesse momento é o convívio e a partilha das suas experiências com outras mulheres de consciência elevada e inspiradoras. Isso cria um ambiente propício para atrair uma alma que deseja encarnar por amor.

Quando a/o filha/o chega, ela/ele continua aprendendo a partir do exemplo da mãe. Durante seus três primeiros anos, a mãe e o bebê compartilharão o mesmo campo áurico. Nesse período, a mãe e o bebê estarão intimamente entrelaçados, e o bebê continuará sendo influenciado pelos sentimentos e sensações da mãe. É aos poucos que a/o filha/o construirá sua própria aura. Por esse motivo, é tão importante que, no puerpério e nos primeiros anos, a mãe seja amparada pelos que lhe são mais próximos, especialmente pelo/a parceiro/a.

É essencial à progenitora ser sensata em suas atitudes e agir com consciência. Só assim, é possível criar filhos conscientes, já que tudo o que aprendemos vem do ambiente em que nascemos e do convívio inicial com os pais, aprendizado nos perpassa ao longo da vida. Vale lembrar que cada alma escolhe a mãe por suas qualidades e defeitos, para cumprir o propósito com o qual deseja encarnar nessa existência. A alma do bebê escolha a mãe a partir dos aprendizados que almeja alcançar. Por isso, para a mãe, essa é uma oportunidade para, durante e a partir da gravidez, se permitir florescer e amadurecer de forma graciosa e amorosa.

“A coisa mais pura no mundo é o coração da mãe, o chakra cardíaco, nosso centro materno. É a coisa mais pura no mundo. Ele pode mover Deus. Pode mover o Universo. Pode gerar um efeito além de qualquer limitação. O coração da mãe é o maior poder de infinitude jamais dado a um ser finito.” Yogi Bhajan

 

 

Meditação de 120 dias

Na tradição do Kundalini Yoga, o 120º dia de gestação (que coincide com a 17ª semana contada a partir da data da última menstruação) é uma data muito especial. É um momento de celebração e boas-vindas à alma deste pequeno ser que já habita dentro da mãe. Para comemorar e honrar a mulher que se tornou o receptáculo de desenvolvimento daquele ser, assim como toda a família que se abre para recebê-lo, toda a comunidade se reúne para meditar junto com o casal. Os mantras costumam ser escolhidos pela mãe, de acordo com a frequência que ela deseja imprimir àquele momento. Ao final da celebração, cada participante homenageia a mãe e/ou o bebê com presentes ou votos para uma vida de amor e luz. Um delicioso lanche é compartilhado e todos festejam juntos a chegada de mais uma criança abençoada.

 

Após os 120 dias

Após esse período, a meditação da mãe influencia o estado kármico do bebê, que também sente a influência quando a concepção ocorre em um estado elevado de consciência.

Até que o cordão umbilical seja cortado, as experiências da mãe se convertem na base da mente subconsciente do bebê. Quando ela muda seus hábitos, buscando um estilo de vida mais consciente e fazendo escolhas mais saudáveis, essa mudança é repassada ao bebê.  A mulher deveria evitar o excesso de atividades na gestação para não sobrecarregar seus nervos e sistema glandular. Muitos descontroles emocionais estão relacionados com estresse. No ensinamentos do kundalini yoga, é valioso para a mulher em qualquer período relaxar; na gestação, isso se torna imperioso. É muito restabelecedor quando a mulher prioriza momentos de relaxamento e atividades de revitalização em sua rotina diária.

 

Meditação Invocando a Maha Shakti

Durante a gestação, uma grande força interna e de projeção são requeridas para que a mulher possa sustentar a si mesma e ao bebê que carrega no ventre. Praticando esta meditação durante a gestação, a futura mãe pode entrar em sintonia com a leoa destemida que habita cada mulher.  Resgatar essa grande shakti interior permite à mulher não somente vivenciar com plenitude o nascimento de seu bebê, como também lhe proporciona segurança e confiança para viver com graça cada dia da maternidade.

 

Sente-se em de pernas cruzadas (preferivelmente em Sukhasana ou postura fácil), com a coluna ereta. Mantenha os olhos fechados focados no terceiro olho (o ponto entre as sobrancelhas). Feche as mãos deixando os indicadores esticados apontando para cima. Os cotovelos ficam dobrados e relaxados ao lado do corpo.

Cante o Adi Shakti Mantra:

Adi Shakti, Adi Shakti, Adi Shakti, namo, namo.

Sarab Shakti, Sarab Shakti, Sarab Shakti, namo, namo.

Prithum Bhagvati, Prithum Bhagvati, Prithum Bhagvati, namo namo.

Kundalini Mata Shakti, Mata Shakti, namo, namo.

Significado:

Poder primordial, eu te saúdo!

Poder onipresente, eu te saúdo!

Instrumento de criação do divino, eu te saúdo!

Kundalini, mãe de todos os poderes, eu te saúdo!

 

Nos primeiros dias, pratique por 3 minutos, e vá aumentando até chegar a 11 minutos.

Esse mantra, também conhecido como Maha Shakti, permite acessar o poder primordial criativo, que se manifesta como o feminino. Ele invoca o Poder da Mãe Divina e ajuda a reduzir as inseguranças pessoais que bloqueiam a liberdade de ação. Com a repetição meditativa desse mantra, pode-se obter uma compreensão profunda da constante interação entre as qualidades manifestas e não manifestas do cosmos e da consciência. A segurança, a confiança e a abundância chegam à mulher com maior velocidade, aumentando o seu poder de agir.

“Funda-se no Maha Shakti. Isso é suficiente para afastar de você todo infortúnio. Isso vai esculpir uma mulher em você. Cada mulher precisa de sua própria Shakti, não adianta o que outra pessoa possa fazer... Quando uma mulher canta o mantra de Kundalini Bhakti, a Divindade limpa o seu caminho. Isso não é uma religião, é a realidade. A mulher não nasceu para sofrer, e a mulher precisa encontrar seu próprio Poder.” Yogi Bhajan

 

O resguardo: 40 dias de serviço e cuidado com a família que nasce

Quando nasce um bebê, nasce uma família e também uma nova mulher. A mãe recém nascida precisa de cuidado, aconchego e apoio, pois vive um momento de profundas transformações e ajustes junto ao seu bebê. Os primeiros 40 dias de vida de uma criança são sagrados. É um tempo precioso em que o vínculo mãe-bebê, pai-bebê está sendo criado e fortalecido. Entender esse momento e acolhê-lo com todas as suas oscilações é importante para que ele flua naturalmente, com cuidado e aconchego.

 

Durante este período, o ideal é que a mulher possa se dedicar integralmente ao seu filho, sem obrigações ou preocupações de nenhuma espécie. Por isso, na tradição do kundalini yoga, quando nasce uma criança, toda a comunidade se mobiliza para servir àquela mulher e à sua família durante os primeiros 40 dias. Preparamos alimentos frescos em refeições vegetarianas e entregamos diariamente em sua casa, com carinho e discrição.

 

Para que isso aconteça, é preciso todo um movimento anterior de organização do resguardo daquela mulher. Algumas amigas costumam tomar a frente no trabalho e entram em contato com uma rede de pessoas que estejam dispostas a amparar, apoiar e abençoar a nova mamãe naquele momento. Uma escala de serviço é montada e cada pessoa se compromete a levar o almoço no dia combinado e no horário marcado.

 

Por isso, é interessante que a futura mãe converse com seus amigos e familiares com antecedência a respeito da melhor maneira que ela possa ser apoiada e servida durante esta fase.

 

Adicionem a essa conversa pessoas que você acha podem ter o interesse e que possam cumprir com esse compromisso. A ideia é que cada pessoa sirva apenas um dia, mas nada impede que uma pessoa participe mais vezes, caso queira ou possa! Essa experiência é linda, gratificante e engrandecedora tanto para quem serve, quanto para quem recebe! Através dessa rede de apoio uma nova criança é acolhida, amparada e apoiada em sua chegada ao mundo.

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