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[GSK] Na Cordilheira

por Gurusangat Kaur Khalsa


Encontro-me voando de La Paz para Lima, em retorno ao Brasil. Pela minha janela avisto a Cordilheira, poderosa e branca. Tudo à sua volta é silêncio e poder. Mais abaixo de seus picos agudos estão os altiplanos andinos, com suas plantações de quinoa, seus lagos e seus pueblos.


Estive num lugarejo chamado Mecapaca, nas redondezas de La Paz, para uma jornada de quatro dias no programa de formação de professores de Kundalini Yoga. Agora, revendo tudo, posso dizer que duas coisas me impactaram muito.


Primeiramente, as pessoas. Todas com uma fala suave, delicada, sorridentes, abertas e, sobretudo, ávidas por compreender melhor os mapas simplesmente fantásticos do Kundalini Yoga e do Sikh Dharma. Eu senti uma soberania e reverência nestas pessoas que fluía das perguntas, das respostas, da maneira de preparar a comida, de sentar-se à mesa, de trocar opiniões e de olhar profundamente nos olhos e admirar. Eu devia estar preparada, mas de fato me surpreendi em ver sair, dos recôncavos mais retraídos e submersos dessas montanhas, pessoas aparentemente comuns com seus colchonetes à mão, o cheiro do Yogi Chá no ar e a música chamando pelas bênçãos do Guru Ram Das, abraçando a tudo e todos.


Ao começarmos a aula o ambiente foi tomado por uma atenção intensa, e assim fomos nos tornando uma só psique e uma só consciência dedilhando e colocando para dentro, fervorosamente os ensinamentos. No primeiro intervalo, quando retorno ao meu posto, vejo surpresa que todos agora haviam colocado seus turbantes. É impossível não reverenciar tudo que aprendemos, e senti que eles queriam me dizer que agora, realmente, todos nós pertencíamos ao mesmo reino – o Reino Sagrado da Corrente Dourada!


Agora sobrevoando estas terras, me dei conta da segunda coisa que me impressionou bastante. É inacreditável como os Ensinamentos do Yogi Bhajan viajaram para terras longínquas e atravessaram mares e desertos, florestas e pradarias, para alcançar àqueles que estavam destinados a reconectarem-se com o Guru e a servirem para aplacar a dor do mundo. O Yogi Bhajan sempre dizia que, quando em sua forma sútil, poderia alcançar muito mais gente e servi-las de forma ainda mais profunda. Não tenho dúvida que isto é verdade. Ele está ativo, e no controle!


Deixo na Bolívia muitas pessoas que me amam e que me agradecem por ter compartilhado com elas minha jornada, minha vida e os Ensinamentos do Kundalini Yoga. Trago comigo da Bolívia uma gratidão muito grande por fazer parte deles agora e para sempre.


Wahe Guru, Sat Nam.

Belo Horizonte, 24 de março de 2014.

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