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[GSK] A inocência em relação ao recomeço

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa no dia 2 de março de 2018


[GSK abre a aula]


O tema que escolhi para a aula de hoje é muito peculiar. Em primeiro lugar, é um tema para ser trabalhado em vocês mesmos, professores de Kundalini Yoga e para, depois que vocês estiverem com isso maduro dentro de vocês, compartilharem com seus pacientes, alunos, clientes etc. Nós vamos eliminar memórias do subconsciente que estão de alguma maneira servindo de pulso e de pulsar aos nossos padrões – padrões que nós consideramos sementes.


Como saber, como professor de Kundalini Yoga, onde ainda está atuando o meu padrão semente? A princípio, acho que conheço e acho que estou eliminando. Eventualmente um padrão se levanta e fala que ainda está lá – e você acha péssimo, você quer eliminar aquele negócio. Então como nós sabemos qual o lugar? Ele não é outro que aquele em que ficamos resistentes quando – em algum momento da nossa vida, seja profissional, pessoal ou na vida da comunidade, da Sangat – eu me encontro em Shakti Path.


Como vou saber que o padrão que estou trabalhando hoje é aquele em que, mesmo depois das aparentes limpezas, ainda encontro conforto na posição de vítima? Shakti Path! Shakti Path é um lugar não mais para o professor de Kundalini Yoga – e estou falando do professor que começa a ter uma relação espiritual com seus alunos, ou com os pacientes. Nesse caso, nós temos um tipo de azeitamento diplomático muito bom para lidar com nosso professor. Nós não somos bestas de criar uma grande recusa ou uma grande negação do professor, porque nós não estaríamos neste caminho se nós negássemos o professor. Isso fazem aqueles que são iniciantes e os que não compreenderam o que é a bênção do professor. Nosso Shakti Path não está na negação do professor. Então onde está? No conforto que a gente encontra no papel de vítima. E isso acontece mesmo.

Esse é, de todos os padrões, o que o Yogi Bhajan quer limpar com a aula de hoje. É claro que uma aula por si só não é suficiente para limpar, mas é suficiente para dar a vocês uma compreensão; e é muito suficiente para nos trazer novamente para o lugar que não é nem da humildade, nem reverência. São dois lugares que a gente precisa resgatar: a qualidade e o calibre da nossa comunicação e a nossa capacidade de sacrificar. O Guru Gobind Singh fala demais desse caminho. Por que essa nossa capacidade de nos entregarmos através da comunicação? Porque quando a gente não teme o enfrentamento de uma questão, nós estamos rompendo com aquele lugar muito confortável da vítima. A limpeza do subconsciente de hoje não é a dos padrões que estabeleci nos sete primeiros anos de vida. Eu, por exemplo, sei muito bem dos meus, e vocês devem saber muito bem o de vocês, depois de tantos Níveis 2. O meu padrão é a impaciência e a raiva. Mas não é desse padrão que estou falando. Estou falando daquele que uso de uma falsa benevolência para comigo mesma e crio, em relação a qualquer autoridade, ainda que seja do aluno, um padrão de vítima. E mascaro esse padrão de vítima mostrando o tanto que me sacrifico. O que acontece quando você está nesse papel?


Nós estamos falando do radar do Guru. Uma das coisas que mais tira a gente do radar do Guru é esse papel. Mas uma pessoa que está nesse nível de sofisticação da corrupção tem também um modo muito sofisticado de se recolocar no radar. Como a gente faz isso? Como a gente sofisticadamente se recoloca no radar? Através da comunicação. Eu comunico para mim mesmo e para o mundo que eu estou no radar. Mas a gente deveria usar a comunicação justamente para render a cabeça. Esse é um dos momentos mais cruciais no Dharma, e, se um professor de Kundalini Yoga passa por isso e supera na entrega, abre-se o tal portal que está definitivamente fechado, enquanto a gente não tiver passado por essa experiência, o tal do décimo portal. Esse é um esquema muito sofisticado e gostaria que vocês todos entendessem isso. Normalmente, esse padrão é estar no lugar da vítima, quando você é confrontado, independente de você estar certo ou errado, e no momento desse confronto, você se esquiva dele, justificando que você merecia mais do que está ganhando; é a vítima. Tem modos sofisticados de viver nisso. O pressuposto para nós nunca sairmos do radar do Guru não é nunca errar. Não é nunca ter um deslize, porque isso é impossível. O pressuposto é sempre uma inocência em relação ao recomeço, uma inocência para você recomeçar. É de você se colocar entregue de novo, de novo, de novo...

Kriya: Ajustamento dos Hemisférios e Eliminação da Memória Subconsciente

Vou dar o exemplo do amor mais sublime que já vivi: nesse Yatra, saímos de uma vila, Anandpur Sahib, que só tem campos de mostarda e arroz; uma vila muito bonita, com rios glaciais passando atrás, e fomos parar em Amritsar. E a gente chega na elegância do Guru Ram Das, que é o Golden Temple. Eu e a Pritpal tínhamos terminado de fazer nosso guru pranam e, quando estávamos entrando no Golden Temple, vivi o amor mais bonito, mais sublime que poderia viver. Ainda fora do Golden Temple, ela olhou para mim, ela é muito mais baixa do que eu, com os olhos todos cheios de lágrimas, e falou: “eu não posso acreditar que isso está acontecendo na minha vida, nós estamos entrando juntas no Golden Temple”. Não só o nihang me deu uma cura, mas também a Pritpal me deu uma cura. Esses atos de amor genuíno, amor que não se fala e não tem como descrever vêm quando você não sai do radar. Essa aula abre a gente para isso.


O Yogi Bhajan fez um treinamento muito bonito com seus alunos, e ele não está mais aqui. A gente tem de continuar tentando, falar muito. Ele não falava tanto, ele punha a gente para fazer, mas o treinamento muito bom que ele fez com seus alunos se reflete na maneira como esses alunos hoje falam de si e falam dos ensinamentos.


Nunca vou me esquecer de em Anandpur quando essa professora que estava conosco, que é da Fundação Dom Cabral, de São Paulo, pergunta para a Shanti como é que nós, mulheres, enfrentamos o assédio de homens no ambiente de trabalho. E a Shanti responde da seguinte maneira: “trabalhei minha vida inteira na Akal Security, que é uma empresa de homens, que faz segurança, e fui uma mulher em meio a muitos homens. Aprendi muito bem a me proteger de assédio do jeito que os homens fazem, eu sei humilhar homem”. E os homens humilham as mulheres. Então ela disse: “Eu sei humilhar homem, para me proteger. Mas eu quero aprender a maneira como uma mulher faria.” Vocês têm que compreender onde ela estava. Ela estava conduzindo um Yatra. Ela é uma professora que dá uma resposta nesse nível. Ela em nenhum momento apelou, como se ela soubesse. Ela falou que sabia como o homem faz, que sabia humilhar homem, mas ela quer aprender como a mulher faz. Esse tipo de treinamento é de quem não tem medo de reconhecer os seus valores a as suas fraquezas; e você está entre esses dois pontos. Ou, um outro amigo do Dharma, que numa discussão entre homens, estava com um casal de homens, e eles estavam conversando sobre o Trump e então eles diziam: temos que acabar com esse miserável. E esse amigo do Dharma fala: “Nós só seremos capazes de acabar com tudo isso quando nós homens reconhecermos que em cada um de nós existe um Trump”.


Vocês estão vendo que são pessoas que não estão aí para brincar de ser professor. Sobre isso é a aula de hoje, vocês não quererem fazer de conta, mas estar completamente assumido nesse campo, entre o seu talento e a sua fraqueza. E não ter medo da sua fraqueza, de assumir a sua fraqueza, essa foi a aula de hoje. É uma aula realmente muito espetacular. Espero que vocês gravem essa aula de alguma maneira.


Vocês demoram muito para gritar por uma ajuda hoje, por que isso? Vergonha? Constrangimento? Vocês têm de aprender a gritar porque na hora de morrer, na hora da morte não vai ter alguém para sustentar o espaço sagrado para vocês, vocês vão lidar com um tanto de coisa, estarão urinando, defecando, suando, gritando, tendo de chamar ajuda, estar passando pelo negócio.


Sobre a vitamina D, não sei se vocês sabem, os compêndios médicos ainda dizem que os seres humanos que tem até 40 unidades deveriam tomar reposição de 200 unidades e, os acima de 60, de 400 unidades. Entre 40 e 60, eles não falam nada. Mas se imagina que seriam 200. Hoje a literatura médica atual fala de 2.000 unidades. Então, como prevenção, quando você atinge o mínimo de sua vitamina D na faixa de 40, você deveria anualmente fazer duas reposições com 2.000 unidades. A vitamina D não deveria mais sair da nossa agenda, especialmente por causa dos nossos cremes de proteção solar. Tem uma chamada da OMS para as faculdades de medicina começarem a colocar essas novas medidas. Se vocês têm vitamina D abaixo de 40, vocês deveriam fazer uma reposição de 50.000 unidades de vitamina D da seguinte maneira: um comprimido por semana de 50.000 unidades, durante um mês; isto é, 4 comprimidos por mês.

Se sua vitamina D não chegou em 40 unidades, você deve começar a tomar 2.000 unidades diárias até ela chegar lá. É muito importante. E vejo o tanto de dor que vocês têm – também tenho dor, só que eu não dou na cara como vocês dão. Vocês têm muita dor. E uma das maiores dores musculoesqueléticas são aquelas associadas à deficiência de vitamina D. Não é a deficiência de estar abaixo de 20 unidades, como fiquei por muito tempo. É estar cronicamente num nível insuficiente. Não dá raquitismo, mas dá dores nas inserções de músculos e ossos. Você não sabe, tem uma dor aqui, uma dor no ombro, na coluna, uma dor na coxofemoral, uma dor nas articulações, onde houver inserção de músculo e osso a gente começa a desenvolver uma dor. Essa inserção musculoesquelético começa a sofrer com a falta de vitamina D e gera uma dor como a de cálculo renal. É muita dor por deficiência de vitamina D. Nós do KRI vamos começar a colocar esse alerta em nossas aulas. Peça ao seu médico para medir a sua vitamina D e, se seu médico sabe disso, ótimo. Se não souber, ignora e faz você mesmo a sua reposição, 50.000 unidades uma vez por semana, durante um mês. Tem de ser vitamina D 3. São 50.000 unidades uma vez por semana, durante um mês. Meça e começa a dose de manutenção. Não tem contraindicação. Antigamente a gente tinha uma dose de manutenção contínua, que era o sol. Você pode introduzir a vitamina D como um suplemento alimentar perene na sua vida. Os médicos ficam muito preocupados com uma hipervitaminose D. É muito rara a hipervitaminose D. Existem três casos severos de contaminação por vitamina D, um desses casos é até engraçado, a pessoa tomava 160.000 doses, deve ser uma pessoa pirada qualquer e teve, então vômito, dor de cabeça, foi internada e acharam 500 unidades de vitamina D. Quando foi retirada a vitamina D, em 15 dias, ele voltou para o estado normal.


A vitamina D sai do nosso corpo facilmente porque ela entra em todos os processos imunológicos de defesa contra células cancerígenas. Ela é muito consumida para combater células cancerígenas, e nós estamos tirando do nosso corpo células cancerígenas a cada milionésimo de segundo; então ela é muito importante. O escorbuto é da vitamina A. O raquitismo é da vitamina D. Nós não temos mais nem um nem outro. Mas temos hoje um novo tipo de hipovitaminose D, que são essas dores. É impressionante como o povo tem dor muscular.


Já a B12 não tem previsão de mudança de parâmetros. Pelo que se sabe, vai demorar muito a mudar. A prolactina até há 8 anos, o máximo que se aceitava em mulheres era 20 unidades. E já havia pedidos da comunidade científica para ir para 150. A comunidade médica demorou mais de 20 anos para fazer esse ajuste. Eu mesma fui diagnosticada em 1982 com uma hiperprolactinemia de 90. E por isso eles quiseram operar minha hipófise, diziam que eu tinha um tumor de hipófise. A medicina é muito, muito lenta para ajustar isso.


Os médicos gostam de falar sobre a vitamina B quando sabem que somos vegetarianos, mas mal sabem eles que muitas pessoas que comem carne têm também uma hipovitaminose do complexo B, porque isso não tem a ver só com a fonte de proteína, tem a ver com o estresse, tem a ver com a carga de estresse. Então a vitamina B toda vez que a gente produz cortisol, a gente reduz a vitamina B12.


May the long time sun shine upon you...


[Transcrição: Sada Ram Kaur]




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