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O dia em que assaltei um sikh

Traduzido por SS Gurusangat Kaur Khalsa


Nas primeiras horas do dia 11 de setembro de 2013, eu estava totalmente embriagado e assaltei um inocente homem Sikh. Eu queria atacar seu turbante. Ele não fizera nada que justificasse minha atitude. Eu simplesmente me encontrava no fundo do posso: a bebida me tirara tudo, inclusive meu trabalho. Depois da agressão, eu fugi. A vitima foi atrás de mim, e logo a polícia chegou. Imediatamente, eu entendi que havia feito algo terrivelmente errado, mas não tinha a menor ideia que minha agressão seria classificada como crime de ódio racial e que eu seria condenado.


A pedido da vítima agredida por mim e de uma organização denominada Sikh Coalition, minha pena foi reduzida a prestação de serviços comunitários. Para minha surpresa, eles também solicitaram que eu passasse quatro meses prestando serviços ao lado deles, e foi justamente isso o que me salvou e mudou minha vida.


Neste tempo que passei com meus colegas Sikhs, fiquei chocado ao entender a gravidade e dimensão dos crimes de ódio racial, discriminação e bullying que eles enfrentavam todos os dias. As histórias que ouvi, lamentavelmente a minha passou a fazer parte da estatística, me fizeram envergonhar de meus “problemas”.


Fui encorajado pelos amigos Sikhs a olhar para minha educação e o quanto minha formação contribuiu para meu preconceito. Foi emocionante para mim conhecer esta comunidade mais de perto. Eles têm um compromisso inabalável e um profissionalismo impecável. Comigo, eles devotaram todo o tempo e respeito. Cada um deles, através de sua generosidade, ensinaram-me que ser Sikh é agir para o bem coletivo de toda humanidade, independentemente de qualquer prerrogativa, seja de gênero, classe, ou religiosa. Eles não se cansaram de mim e, com paciência, investiram em me apoiar, e eu passei por uma mudança radical em minha vida.


Um ano depois eu já havia parado de beber completamente, havia conseguido um novo trabalho, e também continuei servindo como voluntário junto aos meus amigos da Sikh Coalition.


O que mais me marcou foi algo que ouvi várias vezes deles: "Se você serve a uma causa maior que você mesmo, isso pode realmente te mudar, e este efeito é permanente".


Eu nunca esquecerei a dor que causei àquele homem, mas através dos princípios de seu Dharma eu me restaurei e devo, de certo modo, tudo a ele. E me tornei mais uma voz junto à dele e de seus amigos para advogar por um mundo livre e justo.


Chardi Kala (em otimismo eterno)!


Alex D. (pseudônimo)


[publicado originalmente em Sikh Coalition]


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