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[GSK] O segundo altar

por Gurusangat Kaur Khalsa


O Segundo Altar está no caminho dos viajantes que decidem deixar para trás o perímetro pessoal a fim de explorar e servir o mundo.


Este momento é muito significativo, porque muitos de nós se lançam ao mundo para ainda continuar se servindo. Este altar não se encontra na rota destas pessoas, preciso dizer. Ele se edificou apenas no caminho daqueles que partem para o mundo com a vontade de responder à pergunta: “o que eu significo para o mundo?”. Este altar existe com o propósito de abençoar os viajantes com a garantia de uma viagem muito mais divertida, rica e arrebatadora.


Quando quebramos o cárcere de nossos condicionamentos pessoais, sentimos o frescor de uma vida livre. A força que utilizamos naquele momento, consubstanciada no Primeiro Altar, para nos lançar para fora dos nossos habituais jargões “meu jeito de viver” ou “é assim que eu sou”, se torna um dínamo que nos propala para uma vida em meio a tudo. É complexo.


Nesta altura, seremos mais uma vez testados, porque o penetrar no mundo exige talento e inteligência. Se ao penetrar o mundo ainda agirmos de forma tímida e insegura, buscando no mundo apetrechos alegóricos de referencia para nos sentirmos amados e confiantes, saímos indubitavelmente da estrada que nos direciona ao Segundo Altar. Que rota tomamos neste caso?


Ah, tomamos a estrada que nos apresentará novamente o antar anterior para que fortaleçamos a nossa voltagem, coragem e sentido próprio.


Mas, se ao nos sentirmos confrontados, amedrontados ou inseguros, ainda assim deixarmos que a engrenagem que nos colocou no mundo nos impulsione para nos juntarmos ao mundo, aí sim, tudo muda. Neste exato instante surge o Segundo Altar.


Parece mágico, porque ele está logo ali onde antes sua presença era simplesmente invisível aos nosso olhos.


No Segundo Altar, eu me fortaleço na experiência do servir ao mundo porque eu e o mundo nos tornamos íntimos e unidos. Servir ao mundo daquilo que cada um tem de mais precioso como se você estivesse se servindo é a recompensa de sair do casulo de nossas primitivas inseguranças e expandir nossa experiência sensorial, estética e social.


Quanto mais servimos ao mundo, mais força temos para romper continuamente nossos limites, e maior força adquirimos para superar hábitos e recriá-los de modo a garantir nossa ação no mundo. É um processo sem fim. É uma recompensa que continuará enquanto nossas mãos não se omitirem de servir e nossas pernas não fraquejarem diante dos desafios.


O Segundo Altar é visitado para que tenhamos a chance de reverenciar os valores dhármicos que sustentam o mundo: paz, justiça e igualdade. Estes valores servirão de condutor para nossa consciência, e de inspiração para nosso destemor. Saímos deste altar renovados para servir ao mundo além das fronteiras étnicas, sociais ou religiosas.


O que eu significo para o mundo é a pergunta deste altar. O que é que eu significo?


Eu significo a esperança. Eu significo a paz. Eu significo a cura.


Quando em dúvida e vergalhado pelo medo caminhamos para nosso Segundo Altar, somos abençoados com o presente do nosso destino. Nele, temos tempo para queimar o mapa da nossa sina e colocar na mochila a preciosa cartografia do destino.


Somos tomados por uma coragem majestosa. Nos fortalece saber que é nosso o direito de escolher viver para fazer sentido e viver por nossa própria deliberação.


O comando é da alma e disto não duvidamos mais!


Wahe Guru, Sat Nam.


Belo Horizonte, 6 de julho de 2014.

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