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[GSK] Limpeza do medo e expansão da esperança

Aula ministrada por Gurusangat em 8 de maio de 2020

[GSK abre a aula]

O Kriya de hoje se chama Ardh Kechari XX. Ardh significa disciplina e compromisso com a prática, como é o caso da sadhana. Aradhana é o espaço de entrega que se cria naquela prática. É uma zona de muito conforto quando nos colocamos em sadhana, na disciplina. Isso não tem a ver apenas com o Yoga, mas também tem paralelo nas atividades profissionais. Quanto mais dominamos a técnica do nosso trabalho, mais conseguimos superar a própria técnica, tornando-nos capazes de fluir no espaço. Esse é o espaço sagrado e é a ele que Aradhana remete.

Aradhana significa devoção, numa tradução ruim do sânscrito. No entanto, tem significado apenas quando se entende a devoção no sentido yoguico, em que abrimos mão de qualquer referência, uma vez que a própria experiência se torna a nossa referência. A nossa experiência torna-se nosso mestre. Estabelece-se uma relação de cumplicidade sem nenhuma necessidade de participação do intelecto. É o fluir em completa confiança.

Para se alcançar esse estado de completa confiança é necessário, antes de mais nada, conhecer o objeto e dominar a técnica. Mas há um elemento da nossa psique que também necessita ser superado: o medo. Nesse kriya trabalharemos o medo e a esperança. O medo nos contrai e nos leva ao modo de defesa, do ponto de vista fisiológico. Já a esperança nos faz florescer e acessamos o modo de crescimento, do ponto de vista fisiológico.

O medo pode nascer dentro de nós todas as vezes que não dispomos de um conhecimento que nos faz relaxar. O medo é muito natural, faz parte da estrutura de sobrevivência humana. Quando utilizado com a intenção de controlar, oferece grande sucesso para quem deseja esse controle. O medo é uma emoção que pode ser facilmente inspirada no ser humano, uma vez que é uma emoção intimamente ligada à necessidade de sobrevivência. Temos um reflexo muito apurado que nos lança no modo de defesa. Exatamente por isso o medo é tão bom para ser usado como forma de controle social.

O outro elemento que é nativo em nós é a esperança. Na verdade, nascemos com muito mais esperança que medo. No entanto, o medo vai crescendo na medida em que vamos nos aculturando. A esperança é um sentimento que não vem do ego, que não contrai. Ela vem do espaço sagrado, também conhecido como alma. A esperança é aquilo que restaura nossa capacidade de unificar. Todas as vezes que estivermos no modo de crescimento não estaremos isolados. Estaremos com o outro, no outro. A nossa base de sobrevivência é grupal e a esperança faz com que nos organizemos no grupo para crescer.


Se quisermos organizar a nós mesmos, os nossos alunos ou os colegas de trabalho, caso consigamos projetar esperança, ainda que exista uma projeção social de medo, faremos toda a diferença. Portanto, a luta entre medo e esperança é crucial para que possamos, do ponto de vista humano, ganhar ou perder completamente o controle sobre nós mesmos.

O Kriya de hoje trabalha exatamente isto. Ele irá limpar da nossa psique tanto os aglomerados que foram criados socialmente e então depositados em nós, quanto aqueles que nós mesmos construímos para entrarmos no modo de sobrevivência. Limparemos isso e acionaremos os canais de prana, o que nos permite expandir dentro do campo da esperança.

Kriya: Ardh Kechari, do Manual Rebirthing: Breath, Vitality & Strength

Meditação: NM 0385 da Lua Cheia

Precisamos contemplar a operação proporcionada pela aula de hoje, trocando nosso modo de registro medo pelo modo de registro esperança. Trata-se de um assunto que poderia ser abordado sob diversas perspectivas, mas vamos nos ater hoje à perspectiva yoguica. Quando entramos no modo esperança, entramos também, necessariamente, numa expansão coletiva. Quando entramos no modo medo, necessariamente recrudescemos na unidade mínima de nossa sobrevivência – no nosso eu. O Yogi Bhajan recomendou que seria bom para nosso corpo a ingestão diária de um copo de cítricos durante uma semana após essa aula. Os cítricos têm um efeito muito doce no nosso corpo, eliminando dele o residual ácido.

May the long time sun shine…

[Transcrição: Sher Angad Singh]

[Edição: Nav Amrita Kaur]

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