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[GSK] House cleaning

Aula ministrada por Gurusangat em 29 de novembro de 2019


[GSK abre a aula]


A limpeza do subconsciente é uma limpeza contínua. O Yogi Bhajan dizia que o subconsciente é como uma caixa de gordura. Como nunca deixamos de processar emocionalmente o mundo, nunca deixamos de limpá-lo. No entanto, a “House Cleaning” é uma faxina profunda, na qual a meditação e a série propostas pelo Yogi Bhajan removem samskaras do subconsciente.


Samskaras são impressões que ficam no nosso campo eletromagnético. Determinadas impressões podem ir para o subconsciente. Os samskaras que alcançam nosso subconsciente são nossos, não de outras pessoas. Mas esses samskaras podem ser oriundos de outras vidas. Essa é uma informação muito recente que vem dos ensinamentos.


O Yogi Bhajan dizia que os samskaras podem vir de outras vidas e que haveria uma permissão para que a alma os carregasse. Uma vez que era muito importante resolver aquele tema em outras vidas e não o tendo resolvido, os samskaras viriam para o subconsciente para que pudéssemos realizar essa limpeza agora.


Esse conjunto de aulas chamado de “House Cleaning” é para essa limpeza. Trabalhamos nas aulas 1, 2 e 3 a limpeza do medo. Trabalharemos nas aulas 4 e 5 limpezas referentes ao corpo radiante. A limpeza desse momento tem a ver com os medos ancestrais. Com esse medo da morte.


Kriya para limpeza do subconsciente, do Manual Rebirthing


Rebirthing é um livro muito recomendado. Nele consta a aula transliterada conduzida pelo Yogi Bhajan. Seria interessante escutar a maneira como ele aborda as questões do subconsciente. Há uma frase que diz que a dor que não é transformada é transmitida. Quando não conseguimos transformar ou limpar o subconsciente, inevitavelmente transmitiremos essa dor. É uma questão muita séria.


Precisamos considerar que temos três tipos de fome. Há três sistemas que realmente demandam alimentação. O primeiro é o corpo físico. Temos fome e o corpo físico se alimenta para se sustentar. Os outros dois sistemas são o espírito e a mente. O espírito nunca consegue penetrar o seu comunicado de fome quando o subconsciente está muito imundo. Como a dor não foi transformada, ela será transmitida.


No processo do subconsciente transmitir a dor, quem se alimenta muito é a mente. Pois as mentes polarizadas recorrem a todos os artifícios e artimanhas, são muitos os jogos. Isso provoca um desalinhamento do eixo psíquico individual em relação ao eixo psíquico do universo. Nos desalinhamos e ficamos na dor e no desconforto.


Como a mente não conseguiu transformar aquela dor para se realinhar, ela começa a projetar aquela dor. A mente busca circunstâncias, pessoas e situações que darão a ela a falsa sensação de que se alinhou. O maior jogo que a mente faz é o da vítima. O coitado do lado de lá, que se encaixa com essa vítima, não será nesse par uma outra vítima, será muitas vezes o algoz.


O subconsciente se alimenta desse jogo da vítima e do algoz. Isso é horrível, porque enquanto ele estiver “realinhado” ali, não haverá a capacidade da alma de comunicar onde está sua necessidade de alimentação. Temos assim uma contenção do espírito. Nosso espírito não se alimenta e vamos nos tornando pessoas cada vez mais básicas. Nosso alcance é mínimo, nossa defesa é mínima, nossa visão é mínima. Nos tornamos um ponto: o ponto da nossa sobrevivência. O espírito fica ali sem qualquer alimento.


Limpar o subconsciente é fazer com que esses jogos da mente e do subconsciente não fiquem tão ativos, para que tenhamos a chance de nos realinhar. O alimento da mente realinhada, a mente neutra, é o mesmo do espírito. Aí, somos capazes de ouvir qual é o alimento do espírito. Às vezes, o alimento do espírito é uma boa música ou poesia, uma boa caminhada ou um bom encontro. Não é necessariamente uma condição meditativa. Quando conseguimos estar na mente neutra, alimentamos o nosso espírito. Uma vida com subconsciente limpo é uma vida muito mais feliz. A chave é a limpeza do subconsciente.


O tema da prisão é curioso. Ninguém gostaria de estar preso, mas é verdade também que ninguém é livre. A sofisticada disciplina do Kundalini Yoga nos mostra que quando entramos profundamente num determinado nível não há respostas fáceis. Essa disciplina é um projeto que aceita, vive e se relaciona com a vida através de paradoxos. Na essência mesmo não existe uma liberdade, porque encarnamos com uma dívida e com um propósito de alma. Portanto, existe um compromisso. E todo compromisso aprisiona. Por que é difícil o compromisso do marido, da marida, do trabalho? O compromisso é uma prisão. A história da liberdade se torna muito infantil se a buscamos na medida em que nos desprendemos dos nossos compromissos. Em algum lugar teremos que nos comprometer, nos aprisionar e nos realizar.


No Kundalini Yoga essa liberdade é dada quando nos relacionamos muito mais com o prazer de cumprir o nosso propósito, ou seja, com o compromisso, do que quando nos relacionamos com a prisão que o compromisso dá. Se por um lado o compromisso traz prisão, ele também traz prazer quando o realizamos. Trata-se de uma escolha. A mente polarizada sempre irá, no compromisso, sentir mais o peso da prisão. Mas o espírito sempre se sentirá muito mais relacionado com a leveza da realização do propósito. Professores prometem pílulas falsas para tirarem vocês da prisão. Não existe isso. Existe um redirecionamento, um realinhamento com o que aquele compromisso traz.


Do ponto de vista ontológico, já não existe liberdade porque a alma enclausurou. Se é que existe alguma coisa livre em nós é a alma, mas ela está presa. Essa questão da liberdade é um trabalho filosófico lindo. A filosofia é um tipo de alimento para o espírito, assim como é a poesia.


Quando realizamos um propósito, estamos livres daquele compromisso, mas outros se abrirão. Existem alguns compromissos que vêm para a vida inteira. Não é justo pensar que somente aqueles que têm filhos têm um compromisso eterno enquanto viverem. Isso geraria um desequilíbrio muito curioso, pouco divino: aqueles que têm filhos têm um compromisso perene e aqueles que não têm filhos estão livres de compromisso perene. Não existe isso. Se viemos para expressar nessa vida a nossa relação com o mundo, não necessariamente através dos próprios filhos, devemos ter nos comprometido com alguma coisa. Prisão, na visão da mente polarizada, e libertação, a partir da mente neutra.


Por isso que o Rumi dizia: “Não busquem a pérola em quedas d’água. Ela não está em quedas da água, ela está em águas profundas”. Mergulhamos para pegar a pérola e devemos voltar à tona com uma sede pela pérola, mesmo tendo a pérola na mão. Para que a continuemos buscando.


"May the long time sun shine upon you…"


[Transcrição: Sher Angad Singh]


[Edição: Nav Amrita Kaur]

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