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[GSK] Gerando limpeza para gerações futuras

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 14 de agosto de 2015.


Hoje eu preparei um clássico para fazermos a aula: uma aula para os rins. Uma aula que vocês já fizeram inúmeras vezes; eu não sei se com a mesma consciência com que farão hoje, que é inseri-la no contexto em que trabalhamos.


Existem no Kundalini Yoga dois tipos de limpezas importantes. Um é a limpeza de karma. Nós não somos agentes de limpezas de karma, não é isso. Um dos serviços que o Kundalini Yoga mais presta é que através desse mecanismo, nós podemos fazer o que Guru Nanak diz com o Salok no Japji: limpar gerações para trás e preparar gerações para frente. Quando Guru Nanak diz que a gente vai limpar sete gerações para trás e promover a limpeza de sete para frente, como vocês acham, no corpo da gente, que a gente faz isso? Aliás, onde no nosso corpo nós vamos limpar?


Aluno: O material genético?


GSK: Isso! É o material genético aquilo que a gente realmente pode limpar, e a força desse mecanismo de limpeza acontece através de um tipo muito particular de calor chamado “tapas". Esse tipo de calor consegue fazer uma limpeza de impressões psíquicas no nosso material genético. Quando Yogi Bhajan disse isso nos anos 1960, ninguém acreditava que ele estava falando uma coisa que pudesse ser possível. Hoje a gente sabe que isso é possível. E por que a gente limpa gerações para frente?


Vocês estão alcançando com essa limpeza genética a psique daqueles que vieram há sete gerações carregando essa… essa “inconha” [risos], esse núcleo. Como vocês limpam sete gerações para frente? Tem duas maneiras de limpar, uma é óbvia. Qual é a óbvia?


Turma: Material genético.


GSK: Isso! Como? Para sermos precisos, a resposta correta é: através daqueles de nós que colocarmos no mundo novas gerações – aqueles de nós que tiverem filhos. O primeiro mecanismo é esse então: se você limparem o material genético de vocês, vocês não passarão adiante as impressões psíquicas das gerações anteriores. Se vocês limparem o de vocês e fizerem essa limpeza bem feita, vocês vão tirar do campo projecional de vocês essas impressões psíquicas. E consequentemente, vocês, ao morrerem, deixarão um legado para as futuras gerações de que, nas suas moléculas, vocês não têm mais aquela “inconha”. Vocês não têm mais aquela marca genética. No dia em que as suas moléculas forem recicladas num novo ser, aquele novo ser será gerado com aquela nova informação. Vocês entenderam?


Guru Nanak só fala isso: limpa sete gerações para trás e sete para frente. Por que isso tem tudo a ver com a aula de hoje? A aula para os rins trabalha nesse primeiro mecanismo, ela gera tapas. E o segundo mecanismo que o Kundalini Yoga tem é trabalhar dentro do circuito chamado "adeno-hipofisário". Onde está o adeno?


Turma: Nas glândulas supra-renais.


GSK: E onde está o hipofisário? Está por aqui [Gurusangat aponta para a região central do crânio]. Esse circuito adeno-hipofisário é um circuito muito requintado que nós adquirimos maestria de usar em situações de estresse. Nós acionamos esse circuito, e quando estamos em situações de risco ele nos faz enfrentar ou correr. Esse mecanismo é muito bom. Ele já foi condicionado, mas se nós usarmos o mesmo eixo não para enfrentar nem para fugir, mas para processar os eventos traumáticos ou medo ou o que for, nós vamos gerar um tipo de informação muito importante que é: essa memória vai ser processada, nós vamos registrá-la no córtex, ela não terá mais qualquer tipo de influência na minha vida. Então a aula de hoje, além de gerar tapas, vai gerar um trabalho no eixo adeno-hipofisário para vocês pegarem qualquer memória de trauma e registrá-la no córtex, onde ela não terá mais efeito traumático nenhum. Essa é a importância da aula de hoje. É uma aula antiga, clássica, e vocês já a fizeram dezenas de vezes, mas não com essa consciência.


Na medida em que tapas é gerado é gerado também um incomodo, porque é gerado um esforço, vocês vão por favor manter o esforço e o incomodo. Não desistam!


KRYIA: Série de exercícios para os Rins (Manual do Professor, páginas 29-30)


GSK: Vocês fizeram uma aula magnífica. Se vocês compreenderem o princípio básico no Kundalini Yoga, que a gente falou hoje: tudo o que queremos é funcionar no cérebro mais evoluído, que é o córtex. Nós queremos sair do drama. Se vocês entenderam que cada kryia, cada meditação do Kundalini Yoga serve a esse propósito, vocês poderão qualificar as aulas de uma maneira muito especial. Por que a gente quer sair do drama? Porque se vocês pensarem com frieza (isso é um modo antigo de dizer), porque se vocês pensarem de um modo neutro, vocês vão entender a vida a partir de outro ângulo. Nós estamos realmente de passagem. Considerem essa possibilidade. Isso é uma passagem.


Nessa passagem que estamos fazendo, nós viemos para cumprir um propósito. O propósito de vocês que estão sentados aqui é algo muito nobre, não precisa ser algo grande que vai aparecer na televisão. É algo muito nobre: ou você vieram para lutar por uma causa, ou vocês vieram para construir uma nova realidade, ou vocês vieram para fazer o trabalho que vocês fazem de modo íntegro para gerar a informação de que existe integridade no trabalho, ou vocês vieram para servir a alguém. Vocês têm um propósito. A história é que quando você se lembra que você vai morrer, fica muito secundário o fato de você ter prazer. Vocês estão sabendo de que prazer estou falando, não é? Aquele de que está tudo bem e vocês estão felizes da vida [modo irônico]. Torna-se muito mais importante vocês descobrirem o prazer de servir ao outro. E o serviço é sempre duro, mas o prazer que vem do serviço tem outra qualidade. Ele vem da gratidão do outro. Quanto nós estivermos preocupados, querendo tirar férias, lembre-se bem do Yogi Bhajan dizendo: “Férias, que férias? Deixe para tirar férias quando você morrer”. A gente pode fazer isso no sentido figurado. Yogi Bhajan não disse isso no sentido figurado, ele era totalmente literal e era contra férias. Mas a gente pode fazer isso e dizer pra si mesmo: “Por que estou cansando? Estou cansado? Descanso e continuo porque existe algo muito maior do que eu, existe algo além de mim". Vocês entendem isso?


Isso é a Era da Aquário – eu sei que já está dando saudades da Era de Peixes em alguns de vocês [risos]. Essa é a Era de Aquário! A gente ainda não está totalmente preparado para viver nela. Porque a gente passou grande parte do tempo da nossa psique na Era de Peixes, quando quem tinha dinheiro contratava pra fazer. Basta ver os prédios construídos com quarto de empregada. Na Era de Aquário, nós somos aqueles que fazemos. E estamos aqui juntos para nos preparar.


A vida pessoal tem um limite na sua importância quando você se coloca na perspectiva cósmica – que é a perspectiva que a gente deveria se colocar. Nós estamos fazendo um grande bem para as futuras gerações. Isso é um saponáceo impressionante. A gente precisa não deixar que o tempo dissolva o nosso propósito – especialmente quando a gente sente que existe uma demora. E em nosso caso, com a Escola Miri Piri, olha há quanto tempo estamos num propósito! E muitos de vocês estão desistindo no meio do caminho.


A gente tem que ter um propósito coletivo – isso é aquariano. Esse propósito coletivo está cuidando de geração para frente, muito além de nossas famílias. Se vocês compreenderam o princípio do sacrifício – não é o sacrifício judaico-cristão, de se negar. Pelo contrário, é o de você se oferecer para servir o outro.


Quem aqui entre vocês tem problema em casa com a mulher ou o marido, levante a mão por favor? Quem aqui entre vocês tem problemas de dinheiro? Quem é de vocês que está infeliz porque estamos no meio de uma enxurrada caminhando para o esgoto do ponto de vista social e político?


Nós estamos todos infelizes, mas nem por isso a gente deixa de sorrir e de servir. A gente não pode esperar estar feliz para só então podermos fazer alguma coisa. Porque esse estado é artificial. A gente não pode esperar querer estar livre para poder servir porque não existe essa tal liberdade. Só existe a liberdade de escolher.


É este tipo de processamento lógico que essa aula de hoje dá. Eu sei que vocês estão se perguntando: “Até que ponto a gente sustenta a inconha?” Essa é uma boa pergunta. E a resposta é simples: se o processo não te dignifica mais, você não tem que sustentar. O parâmetro é a dignidade e não a covardia. Vocês entendem a diferença? Porque se vocês fogem antes… Vocês precisam saber de forma neutra se o processo ainda te dignifica, se não dignifica, adios! Mas você precisa dar uma chance. Às vezes quando a gente serve a partir de outra perspectiva, ela passa a dignificar. Às vezes a gente serve numa situação indigna, mas a gente serve com pureza, fazendo o propósito, e a coisa só vai dignificar na hora da morte.


É nesse espírito que eu gostaria de convocar vocês para entrarmos na sadhana da prosperidade que começamos na quarta-feira. A prosperidade assenta-se na vida daqueles que não têm dúvida de que estão a serviço. Nunca o dinheiro vai parar de entrar se o dinheiro não for seu, entende? Se você tiver a ideia de que “o dinheiro é meu”, ele não entra. Não entra! O dinheiro está a serviço. Tem que estar a serviço para poder entrar. Vocês precisam acreditar nisso para vocês ficarem prósperos.


Eu só estou falando assim para que vocês se sintam apoiados, vocês não estão sozinhos na dor de vocês.


Uma última coisa que eu gostaria de dizer para vocês hoje é: nas suas relações pessoais e familiares, mantenham-se eretos, firmes, e não se curvem diante do melodrama e das chantagens do outro. Isso é muito importante. Quando o outro vê que vocês permanecem em vocês quando melodramas e chantagens estão acontecendo, eles desenvolvem a médio prazo um grande respeito por vocês. Isso é uma conquista que vem quando vocês não se curvam para melodramas e chantagens. Vocês precisam permanecer vocês: doces, confiantes, amorosos, com a mão estendida, mas permanecer vocês. Não se curvem e mantenham a sua graça preservada. Lembrem disso com seus filhos e nas suas relações ao seu entorno.


May the long time sun shine upon ...


[Transcrição: Hari Shabad Kaur Khalsa]


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