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[GSK] Eu ainda chego lá

por Gurusangat Kaur Khalsa


Nada poderia ser mais consolador do que ouvir uma pessoa sábia e experiente te dizer “a sabedoria é um processo, ela vem em estágios”. Ah, que maravilha saber que não se espera de nós um salto da ignorância e do torpor de uma mente habitual para uma mente sábia, desperta e livre!


A sabedoria é o resultado não só do amadurecimento físico. Em outras palavras, não adianta esperar o tempo passar e a velhice chegar para se tornar sábia. Se fosse assim, teríamos, naturalmente, uma cultura de indivíduos sábios e universais. Ao contrário disto, muitos envelhecem e cristalizam suas mentes e suas visões de mundo numa espécie de câmara neurótica, para onde se recolhem ao sentirem-se ameaçados e fragilizados. A maioria de nós envelhece carregando, até os últimos dias de nossas vidas, muito mais amargura e frustração do que se pode imaginar. Aprisionadas nesta cela, nossas vidas carecem de sentido e entusiasmo, porque nos sentimos compelidas a viver o passado, e certamente iremos encontrar a morte com olhos aterrorizados. As pessoas passam pela vida sem ter conhecido a importância de abraçar o desconhecido e, por isso, não podem compreender que nós somos a parte conhecida de Deus e que Deus é a parte desconhecida de nós.


Mas, o que então é complementar ao amadurecimento físico que determina o grau de nossa sabedoria, por assim dizer?


O mais fundamental, neste caso, é a natureza de nosso amadurecimento emocional. A emoção é a maior força motivadora e propulsora que o ser humano pode experimentar em vida. Emoção é ação em movimento. É através da emoção que podemos conhecer determinados contextos e fazer determinadas escolhas que qualificarão nossa experiência de dois modos: o inferno das intrigas e dos apelos de nosso ego (dualidade, medo, insegurança e julgamento), o qual busca incessantemente satisfação imediata de desejos, ou o céu da voz clara e firme de nossa alma (intuitiva, altiva, determinada e discernida), a qual busca realizar seu propósito de vida.


Com o amadurecimento do nosso corpo físico, nos tornamos aptos a expandir nossa experiência para contextos mais complexos e extrair o aprendizado das contradições e das dificuldades vivenciados em nossos relacionamentos com o mundo e as pessoas. Isto torna-se o substrato que alimentará nosso amadurecimento emocional. Assim, nos tornamos donos de determinadas decisões, bem para fora das paredes do cárcere de nossos desejos imediatos. Quando você for capaz de fazer escolhas com sua mente focada no que verdadeiramente precisa, a longo prazo, para sua realização em vida, aí sim pode dizer euforicamente – amadureci! Adquiri sabedoria!


Wahe Guru, Sat Nam.

Belo Horizonte, 06 de Agosto de 2013.

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