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[GSK] Estar no fluxo sem resistências

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 18 de maio de 2018


[GSK abre a aula]


GSK: O tema da nossa aula hoje é do livro Reaching Me in Me, e em inglês seu nome faz mais sentido. O nome da aula em inglês é "Exercises to create a disease-free body", traduzindo seria "Exercícios para eliminar doença do corpo". Doença é disease e quando você flui é ease. A gente traduz como fácil, mas seria mais um azeitamento e você vai ease e disease é quando você não flui. É muito mais no sentido de nós, com essa aula, entendermos como é que vamos fluir. E no fluir facilitamos um menor atrito e, com isso, nosso corpo é preservado. Nosso corpo e nossa psique.


Essa história de saber fluir na responsabilidade – quer dizer, não é você se desassumir – é muito importante para você estar no radar do guru. Vou dar um exemplo: aquilo que parece para uma pessoa uma solução, para um grupo de pessoas pode ser um problema e você pode ser colocada como parte do problema ou como parte da solução. Normalmente, quando uma determinada coisa acontece com uma determinada pessoa ou determinado grupo de pessoas, elas tendem a polarizar vendo aquilo que está surgindo como uma ameaça. Todas as vezes em que a gente olha para um problema como uma ameaça nós estamos fora do nosso ease. Não quero dizer que a gente deveria olhar para o problema sem considerar o problema em si, mas se nós olharmos para o problema e o vemos como uma ameaça nós nos retiramos do radar.


Desde um probleminha pequeno, pessoal, da minha esfera íntima a um problema que tem uma magnitude grande. Vocês entende isso? É um problema, mas se vejo como uma ameaça, imediatamente me retiro das minhas forças de cura. Todas as vezes que me estabeleço como uma ameaça diante de alguma coisa, meu sistema imunológico vai embora; ele desliga. No momento em que houver um spoiler, uma contingência que nos faz ficarmos pré-ocupados e os hormônios estressores começam a ser secretados, a primeira coisa que desliga em nós é o sistema imunológico e o sistema reprodutor. Não adianta tentar fuqui-fuqui e gerar filho se você está pré-ocupada, não funciona. O sistema reprodutor desliga, o sistema imunológico desliga e você só fica no estado de alerta. Algumas pessoas tendem a ir para o estado de alerta deprimindo; outras pessoas tendem a ir para o estado de alerta atacando, mas nos dois casos elas se retiram do radar. Vocês entendem essa dinâmica?


É muito importante ficarmos no radar. Se alguém precisa dar uma solução para um problema ou precisa criar mecanismo para dissolver os bloqueios, essa pessoa terá que ser aquela que está no radar. Seja quem for que esteja no radar é essa pessoa vai ter que lidar com o problema. A aula de hoje é para isso, para nos dar essa possibilidade: para convocar a inteligência interna do nosso corpo para que, diante de um problema, nós não nos deprimamos e nem reajamos de forma sindical. Nós precisamos fluir na situação e ir encontrando soluções na medida em que a situação flui. Isso é o que nós professores de Kundalini Yoga mais aprendemos e nem todos fazemos, porque na hora mesma em que o problema surge, tendemos a escapar para nossas crenças, nossas ideologias; e aí fica bem ruim. Nós fomos treinados, vocês professores são treinados para saber fazer isso. Não é não se preocupar, não é nada disso, é tomar a coisa a sério, levar para si, mas sem se deprimir e sem reagir.


Uma das técnicas de cura que mais usa essa lógica de fluir na situação é o Sat Nam Rasayan, se é que tem um coisa que é kundalini yóguico da raiz, da ponta ao fim é o Sat Nam Rasayan. O que falamos no Sat Nam Rasayan é: não criar resistência. Isso porque, no momento em que você cria resistência, qualquer resistência, física, psíquica ou emocional, o seu mecanismo de cura se desliga. Essa técnica se baseia nesse princípio. O Sat Nam Rasayan é um mecanismo extremamente sutil e requintado de alcançar esse alinhamento dos campos, dos eixos, através dos tattvas, no silêncio e sem resistir a nada. O princípio é o mesmo. Qual é o princípio? É seu eixo psíquico estar alinhado ao eixo psíquico do universo, baseado no vetor, no resultado total dos tattvas.


No momento em que você cria uma resistência deprimindo ou atacando vocês vai ter que utilizar um desses tattvas. Se atacamos, qual tattvas usamos? Fogo e água. Aqui a água é fundamental porque água é a emoção. E quando ficamos furibunda ou furibundo, usamos o quê mesmo? Ar. Se nos deprimimos, usamos o quê? Terra e água, sem dúvida alguma. Não usamos éter de jeito nenhum. Não usamos fogo de jeito nenhum. Só usamos a emoção para afundar, para fazer um barro bem duro para entrarmos. A hora que tivermos que usar esses tattvas mais do que os outros, criamos um desequilíbrio, e aí o Kundalini Yoga nos põe para cima. Então, vamos lá!


Kriya: Exercises to create a disease-free body (Exercícios para eliminar doença do corpo)

Meditação do Kriya


A Bienal esse ano tem uma qualidade excepcional. Vamos ter conosco uma pessoa que sempre quis nos visitar, o Gurujodha Singh. Ele tem setenta anos, é um faixa preta em taekwondo, é um afro-americano e acha que somos uma mística. Ele disse assim: "acho que vocês não existem, mas de toda maneira quero ir lá ver vocês". E ele traz na Bienal esse espírito de fazermos um trabalho que é de neutralizar a violência com mãos vazias e outras vezes com mãos cheias usando sunié. Ele vai passar um dia conosco tratando sobre como é que está a violência fora e como é que reagimos ao que é violento. E ele, como afro-americano, sabe muito bem do que ele está falando. Ele é um juiz faixa preta professor de Kundalini Yoga.


E temos a mãe da Snatam, a Prabhu Nam Kaur que vai trazer o tema do So Purkh em uma dimensão que ainda não compreendíamos, que é o So Purkh para mulher também, que é trabalharmos nós mulheres o nosso masculino, porque a mulher somente com o aspecto feminino trabalhado não é um docinho de coco, ela é um caroço de pequi. Vocês tem alguma questão?


Aluna: Sobre essa história de estar no fluxo, outro dia fui na padaria e na hora que fui pegar o pão, abriu a janelinha e caiu aquela quantidade de pão quentinho. Na hora, pensei “gente, será que isso é estar no radar?”. E aí quanto fui pagar o pão tinha uma fila gigantesca, e eu era a última, mas daí a moça do caixa falou assim “quem tem dinheiro é aqui”. E todos from pra outra e fiquei sendo a primeira. Então pensei “será que isso é estar no fluxo?”


GSK: Essas são duas coisas, estar no fluxo é essa experiência do milagre e essa é uma experiência boa para nós porque tem horas em que a gente precisa de um milagre. Estar no fluxo significa esse espaço de verdadeiros milagres. Você pode estar consciente ou inconsciente deles. Mas estar no fluxo também é receber todo tipo de problema. Vou dar um exemplo recente. Estou indo para Lima, no Peru, agora dia 31. Tem dois anos e meio que venho ajudando a comunidade de Lima. O Peru só tem Kundalini Yoga em Lima e eles tem lá dois centros formadores, o que parece estranho. É como se aqui em Belo Horizonte tivéssemos dois centros de Kundalini formando professores.


E por anos esses dois centros de formação sempre brigaram. E há lá uma Associação de Professores de Kundalini Yoga também em conflito. Por dois anos e meio, fui chamada para ajudá-los e me chamaram agora dia 31 para ir, finalmente, para celebrar por que eles superaram o conflito. As duas escolas agora estão integradas, todo mundo se respeita, e fui chamada para passar quatro dias lá fazendo um trabalho com eles para consolidar qualquer coisa que ainda tenha que ser ajustada. Eles querem entender porque que eles ainda, algumas vezes, têm alguns conflitinhos. Tudo ótimo, agenda feita! Eis que aparece o terceiro elemento: uma professora de Kundalini Yoga que surgiu do nada e resolveu levar para Lima a formação em uma coisa chamada Happy Yoga – que vem da Espanha que é uma dissidência do Kundalini Yoga. É um Kundalini Yoga exatamente como o nosso só que não quer respeitar as regras do KRI e quer, de vez em quando, inventar. Ou seja, quando nós estávamos finalmente indo celebrar, o Guru coloca lá essa professora.


Essa professora procurou o KRI e eles, sem compreender muito bem o que acontecia, a orientaram a deixar essa história de Happy Yoga de lado, procurar um Lead Trainer e abrir um centro de formação em Kundalini Yoga. É como se aqui em Belo Horizonte tivesse agora três centros formadores. E adivinha quem ela quer que seja o Lead do programa? Eu. Esse é um tipo de encrenca. É um problema? É, porque de forma nenhuma nós podemos ter um Happy Yoga acontecendo. É melhor ter três centros formadores do que dois e um Happy Yoga.


Este é o tipo de situação em que devemos entrar no fluxo e fluir. O que eu disse a elas foi, “relaxem tudo, guardem as armas, não fiquem provocando prisão de ventre, relaxem e não conversem nada até eu chegar. Quando eu chegar a gente vai resolver tudo, vai tudo dar certo”. E elas disseram “Graças a Deus”. Quanto menos estivermos no campo do atrito, mais fácil fica de resolver, chegamos lá e lidamos com o problema. Isto também é estar no fluxo. Estar no fluxo é tanto coisas boas como coisas ruins. Se você está merecendo uma dádiva, é um gurprasad, se você estiver pronta para solucionar um problema é um problema, as duas coisas é estar no fluxo.


May the long time sun shine...


[Transcrição: Devaroop Kaur]




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