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[GSK] Em busca da natureza da alma

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 29 de maio de 2020


[GSK abre a aula]


A aula de hoje trabalha um período muito especial da formação da nossa identidade: o quinto mês de gestação. Nesse momento serão combinados os tattvas, elementos que compõem nossa estrutura física e têm grande influência na nossa estrutura psíquica. Nunca ouvi alguém explicar tão bem sobre isso quanto o Yogi Bhajan. Ele dizia que quando os tattvas estão sendo compostos para formar nossa identidade, dependendo da mãe e do seu ambiente, ou seja, de onde estamos nos desenvolvendo, muitos medos podem ser gerados.


Essa aula é para removermos medos dessa região. Isso fará com que possamos expressar nossos tattvas, ou nossa natureza básica, como diz a medicina ayurvedica, de modo mais natural. Não é uma pílula mágica que remove todos os medos dos nossos tattvas. Se sentirem, intuitivamente, que há algo ali a ser trabalhado, é recomendado que façam esse kriya mais vezes.


Essas memórias de medo que foram colocadas ali interferem hoje, quando a natureza básica é chamada a comparecer. Demonstrarei através de dois exemplos clássicos o que acontece quando temos o melodrama do quinto mês operando em nós. Se a natureza básica de uma pessoa é a raiva e essa pessoa é provocada, ela tende a ficar colérica. Se a sua natureza básica é o medo, quando provocada tende a ficar deprimida, achando que a culpa do mundo é sua.


Na pessoa que tem a estrutura mental do medo, essa memória de medo cria a impressão de que ela é tão correta, exemplar e divina, que acaba querendo que sua autoridade seja sempre – sempre! – respeitada. É ainda mais que a autoridade, é um autoritarismo. Uma presença que quer exigir do outro respeito. Isso está essencialmente baseado no medo.


No caso da raiva, a pessoa já é perfeita: alegre, divertida, comprometida. Tudo que o outro quer provar que é, ela já é, naturalmente. Não tem que provar nada. Mas quando alguém da sua intimidade não a escuta, esse ruído na comunicação é algo definitivamente intolerável. É como se todos os pressupostos do bom entendimento tivessem sido dados. Diante disso, “por que a pessoa não me entendeu?”.


Enquanto um quer provar sua autoridade sendo autoritário, fingindo ser o que não é, o outro, da estrutura da raiva, quer ser louvado e acredita que tudo que disser está certo. E a raiz de tudo isso está lá no quinto mês.


A questão do yogi é não reagir. Não se trata de ficar passivo ou indiferente. Mas ele deve escolher um tipo de ação que não incorra em uma corrente de consequências negativas. Uma ação que venha da intuição e não do ego.


Portanto, vamos trabalhar? Essa é uma aula muito bela, meditativa, sutil e sofisticada, para realmente acessarmos as estruturas psíquicas. Não deve ter muitos movimentos.


Kriya: Removing Fears from the Fifth Month in the Womb I, do manual Rebirthing


Meditação: NM 0382 – Eliminando Caos e Efeitos do Karma


O quinto mês é exatamente um mês depois que a alma entra em nós. Inocentemente, vamos guardando essa memória do quinto mês e ela vai penetrando como se fosse o nosso sistema mais original de defesa. Com isso, acabamos impedindo que a natureza da alma se manifeste. Essa memória, que nos bloqueia, causa um dessabor psíquico muito grande.


Quando temos que agir de forma vigorosa e enérgica – nesse caso a que me refiro não estamos reagindo, mas respondendo –, é muito útil ter a inteligência e a precisão da alma. Contar com a sua intuição.


[Aluna] No quinto mês da gravidez, a mãe pode fazer alguma coisa para que o bebê se forme com menos medo da vida?


[GSK] No Kundalini Yoga é sempre recomendado que as mulheres grávidas meditem. A meditação é o que pode ser feito antes, não só pela mulher, mas pelo casal que quer engravidar. Não faz nenhuma diferença quem está gestando. O bebê pode, inclusive, estar numa barriga de aluguel. Ou mesmo no caso da adoção, quando não se conhece a criança e ela ainda está sendo gestada. Antes, o casal deveria meditar no Charan Japa, para preparar esse campo psíquico que envolve e protege.


[Ramjeet] No início da gestação acho bem recomendado a mulher fazer esse trabalho de limpeza do subconsciente, o máximo que puder. Para depois do centésimo vigésimo dia estar mais inteira em si e com menos interferências nesse campo do bebê. Gosto muito do Ajai Alai.


[Guru Daya] No início, nessa limpeza, o Kirtan Kriya é muito indicado. Também o Adi Shakti. Mais ao final, quando a mãe já está mais presente na gestação, o Poota Mata – a benção da mãe para dar à luz um santo. São shabads muito fortes para apoiar essa alma que está chegando.


[Aluna] Do quarto mês em diante é importante intensificar isso?


[GSK] O mais importante é consistência e constância. Na nossa vida também, não há momentos em que precisamos fazer mais e momentos em que não precisamos fazer tanto. Na Humanologia recomenda-se muito o Adi Shakti – a força da mãe primal. Especialmente depois que a alma já desceu, essa força é que garante àquela estrutura que está sendo formada uma capacidade de adorar e querer esse momento. De se lembrar que esse momento da vida foi ganho com grande esforço pela alma. Que não adquirimos um corpo físico apenas porque queremos fazer uma viagem.


Pegar esse expresso do universo para chegar na Terra não é uma tarefa simples. Adi Shakti é o mantra que dá aquele desejo de realizar o destino de forma bem realizada. Lembrem sempre que o antídoto do medo não é a coragem. O antídoto do medo é a vontade louca de entrega: “seja o que for, estou aqui para fazer”. Adi Shakti dá segurança para essa entrega. E, como foi dito, existem também os mantras que vão apoiando.


Mas não é apenas para o quinto mês. Em cada tempo da gestação a criança está desenvolvendo um tipo de estrutura. No quinto mês as estruturas estão começando a ganhar forma. No sexto, forma-se uma nova estrutura e, assim, sucessivamente. O sistema nervoso, o glandular... Cada um desses sistemas, quando está se formando, passa por estágios não só físicos, mas também psíquicos. E é nisso que os mantras auxiliam.


May the long time sun shine upon you…


[Transcrição e edição: Nav Amrita Kaur]



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