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[GSK] Curvando-se à fonte do Infinito

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa no dia 29 de junho de 2018


Quero muito que nós trabalhemos os vayus – isso é bom depois do solstício. No manual “Praana, Pranee, Pranayam”, Yogi Bhajan fala de forma interessante sobre os vayus. Ele diz o seguinte: o Prana, com p maiúsculo – que a Kirn Jot ensina no curso de formação –, é uma força. Ele ainda brinca: “Quando eu cheguei aqui, se eu falasse de força atômica, vocês já teriam me mandado embora. Se eu falasse de força subatômica então, vocês iam achar que eu era completamente louco”. E o Prana é a força que alimenta a força atômica. É o que conhecemos na física por força subatômica. É uma força de uma potência muito grande, aparentemente muito singela, porque você nem a vê. Essa é a história do Prana. Não é uma força que pertence ao ser humano. Ela passa pelo ser humano, é diferente. Como ela passa por nós e se assenta em cinco regiões – a gente tem cinco casas do Prana –, não temos muito controle desse Prana com p maiúsculo, diz o Yogi Bhajan. Quem tem controle desse Prana é Deus. Essa fonte que cria, a fonte que fornece o Prana. Aquilo que podemos fazer no nosso corpo é direcionar esse Prana de forma harmoniosa nessas cinco casas.


Não temos controle desse Prana, mas temos como, através de dois mecanismos, organizá-lo no nosso corpo. Um mecanismo é o movimento do corpo. Um segundo mecanismo é ativar a oitava vértebra. São essas duas coisas que vamos tentar fazer hoje na aula. E por que precisamos dessas casas dos vayus bem organizadas? Porque cada um desses vayus tem a função de vitalizar uma grande região do nosso corpo com Prana e limpá-la de toxinas. Ele fala uma coisa muito interessante: que o diafragma tem um papel muito importante nisso. Do ponto de vista yóguico, tem uma alça do diafragma que vai ao coração – ele chama essa alça de “um nervo em U”. É claro que esse nervo não é físico, ele é um canal, um meridiano, um nadi. Essa alça leva o Prana, que é produzido no pulmão, ao coração para que ele possa bater. No momento da nossa morte, quando estamos nos preparando para morrer, essa alça se desconecta, temos um enrijecimento daquela região da oitava vértebra, e o Prana pára de fluir dessa região do diafragma e do pulmão para o coração. Se nós pudéssemos sentir essa região e falar: “ah, enrijeceu, pimba: essa pessoa vai morrer"... Mas é interno, não é possível saber disso.


Esse trabalho está no manual “Prana, Pranee, Pranayam”, que tem muita informação de anatomia yóguica, e explica muita coisa. Um dos vayus que nós menos trabalhamos é o vyana, o último vayu, aquele que alinhava todos os outros quatro. É o vyana que nos dá uma projeção no nosso corpo radiante, ele que alimenta o corpo radiante. Todo kriya de kundalini yoga trabalha todos os vayus – um kriya é um sistema perfeito, inclui tudo. Mas uma das coisas em que nunca colocamos nossa atenção quando estamos fazendo um kriya é que tem uma casa de Prana que chama vyana, que é aquela que nos dá uma certa contenção e, ao mesmo tempo, uma projeção. Esse paradoxo é muito importante. Por isso que ao terminar o tantra, o povo tem vontade de “aaaaá” e a única facilitadora que não deixa isso acontecer que eu conheço é a Sat Simram. Ela fala: “Não desperdice sua energia. Não desperdice sua energia.” Porque na hora que você a contém, naturalmente a sua projeção aumenta. Esse é o vyana. O vyana se enche de Prana, se enche de projeção.


Kriya: Achieving Equilibrium: Balancing the vayus, do manual Praana, Pranee, Pranayam


Vamos hoje fazer uma meditação que, no livro “Praana, Pranee”, é a sequência dessa aula. É uma meditação para o Prana, para essa cavidade de Prana que se coloca aí na altura da oitava vértebra. Yogi Bhajan diz que todo tipo de cura, especialmente as curas do Sat Nam Rasayan vêm de espaços prânicos que foram criados nessa região. Quando você tem essa cavidade expandida, tem espaço para reter Prana nessa cavidade, você é capaz de curar o outro. Você é capaz de mobilizar o seu Prana e colocá-lo a serviço da organização do Prana, onde falta Prana na outra pessoa. A única possibilidade que temos de controlar o nosso Prana para o outro é quando temos a cavidade do Prana, que está na oitava vértebra, expandida.


Vocês podem imaginar o que contrai essa cavidade prânica. É uma coisa muito comum, com a qual vocês acham que se provam como yogis, que são naturais, orgânicos, gente boa, bicho-grilo. Quando vocês são capazes de sentir dor, quando vocês não querem tomar remédio para dor. Todas as vezes que vocês ficam achando que dor é um martírio necessário para provar o quanto vocês são yoguicos, o quanto vocês são mestres do corpo, mestres do blábláblá, bicho-grilo contra remédio, quanto mais você sente dor, mais essa cavidade é comprimida. Yogi Bhajan tem uma frase que diz o seguinte: “A dor é a única coisa que deixa você não ser você.” Então, por favor, tomem remédio para dor. Afinal de contas nós temos dois mil anos de experiência clínica para descobrir remédio, que é para eles terem algum tipo de uso. É nessa hora. Nós não deveríamos sentir dor. A dor tira o espaço prânico desta cavidade.


Se você contrai essa cavidade prânica, acabou, você não tem Prana nem para se curar e nem para curar ninguém. E onde fica a cavidade prânica? Ele dá a dica: a oitava vértebra fica localizada mais ou menos na parte final das omoplatas. Vamos fazer uma meditação para essa cavidade. Quando contraímos as omoplatas para trás, nós esprememos essa oitava vértebra. Vamos trabalhar lá. Essa meditação chama-se Praanpathi. Praan vem de prana, e vocês já ouviram falar de Pathi? Prab Pathi é o mestre que nos leva a Deus, o lugar além das gunas, o não manifesto. Praanpathi é o mestre do Prana. Essa meditação é chamada Praanpathi Namo Namo.


Meditação: Praanpathi Namo Namo, do manual Praana, Pranee, Pranayam


May the long time sunshine upon you...


Quero só comentar com vocês que Yogi Bhajan fala algo que se aplica muito bem ao Prana que somos capazes de recolher com um trabalho como esse de hoje, que é assim: é muito melhor irmos para fora de nós, ou seja, de a gente se estender ao outro como mestres de nós mesmos, do que irmos para dentro de nós como as vítimas. Quando não temos Prana, uma coisa muito curiosa acontece: nós vamos para fora para vampirizar o outro – “me dá, me dá, me dá”, em vez de dar, você não vai para fora como mestre de si, você vai para fora sempre na escassez, buscando alguma coisa que o outro possa te completar, ou você vai para dentro como a vítima. Como aquela pessoa que se recolhe e culpa o mundo porque está onde está. Toda vez que isso acontece é porque não temos Prana suficiente, para dar coragem, para dar força, para romper esse ciclo de corrupção do ego. Eu quero ir para fora não porque eu quero pedir alguém para me completar: eu quero ir para fora, incompleta como eu estou, para servir, para me estender. E eu vou para dentro só para organizar meu Prana, não para me recolher na posição da vítima.


Essa é uma aula muito rica, com muita informação, e um último detalhe que eu me lembro de ter estudado para essa aula é que esse lugar do Prana onde há cura, que está relacionado à oitava vértebra, não é ativado com exercícios de por a coluna para frente, ou para trás, ou para o lado. Ela só é ativada quando as omoplatas se fecham. Espero que tenha feito sentido para vocês.


[Transcrição: Nav Amrita Kaur]


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