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[GSK] Caminhar na coragem da radiância

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 3 de fevereiro de 2017


[GSK abre a aula]


Estamos voltando este ano e as férias são importantes para nós, mas é impressionante como a gente vai precisando se encontrar de novo, reagrupar de novo e vibrar de novo na mesma consciência. Tantas coisas acontecem e aconteceram e, como esse ano será um ano em que seremos muito desafiados a persistir, é o famoso ano do tudo ou nada, a nossa persistência vai ser modulada não pelo nosso ego. E já já eu explico para vocês a diferença de persistir no ego e persistir na coragem que vem do corpo radiante.


A persistência no ego é você teimar em ter razão, você quer ter razão. A gente falou demais disso ano passado, brigo para ter razão. E aí você persiste numa ideia, você teima e a teimosia é uma defesa do ser inferior. Todas as vezes que a gente incorpora o sentimento de inferioridade, você não pensa mais nele, ele é como aquele óleo que entrou na sua engrenagem e a faz mover. Chega num ponto que a sua engrenagem move, mas você não lembra que ela foi azeitada, digamos assim. Então, quando o sentimento de inferioridade é azeitado nas nossas engrenagens, a teimosia é um recurso que a gente tem para se fazer valer. Mas a persistência em querer defender insistentemente um ponto de vista não vai fazer a gente vencer na qualidade sutil, ou talvez vibracional no ano de 2017. Ao contrário, a gente vai precisar da qualidade que vem da coragem do corpo radiante. E a coragem que vem do corpo radiante é a defesa do nosso ser superior, e não do nosso ser inferior. Então, é muito tranquilo para uma pessoa que tem um corpo radiante bem forte e projetado abrir mão, não persistir teimando. O Yogi Bhajan dizia que pessoas com grande corpo radiante –ele brincava, obviamente – é como se elas estivessem em cima do muro. Elas não têm apego a uma posição. Elas podem mudar de posição. Não é uma qualidade negativa não. Em cima do muro não porque elas não assumem uma posição, mas porque elas podem rever sua posição. Essa resiliência, que é de não colocar resistência em mudar, em se submeter, em render a cabeça, é a qualidade que vamos ter de desenvolver em 2017.


Vocês compreendem essa diferença? E vocês entendem qual seria o desafio? Qual seria o desafio? O Yogi Bhajan dizia que a gente precisa da mesma quantidade de energia para andar o caminho neurótico e andar o caminho do espírito. Então nós não vamos gastar mais energia andando na coragem do corpo radiante do que a gente gasta para insistir na teimosia e se apegar nesse tipo de defesa. A energia é a mesma, então qual é o desafio? Vamos pensar juntos, vocês são todos professores, estão dando curso por aí. Tudo isso é certo, mas não explica, é calibre, é ego... Medo de perder a identidade. Se vocês pensarem bem, na hora da teimosia, não pensam nisso. Por que é mais confortável? A resposta é esta: porque é conhecido. É uma rota conhecida. Por isso é confortável. Embora a pessoa viva na dor e no conflito, mas é uma rota conhecida, é mais confortável. Paradoxalmente, é a dor que traz conforto. Para andar a outra rota, do corpo radiante, do ser superior, gente, não sou eu que digo, todos os mestres, do mestre fu ao Mestre Yogi Bhajan, todos fala a mesma coisa. Não adiante meditar, não adiante silenciar, não adianta pensar, porque meditar, pensar, refletir, conversar, fazer terapia só vai funcionar quando você decidir sair do conforto da dor e caminhar na coragem da sua radiância, quando você caminhar, quando você der o primeiro passo. Tem que agir. Isso está claro? A meditação vai ajudar demais para quando você começar a caminhar, aí sim. Mas a meditação não é uma pré-condição.


Ela precisa estar lado a lado da caminhada, desse exercício de fazer a mudança porque senão a meditação vai ser mais uma grande fuga. Aliás, foi o que eu vi no Sat Nam Rasayan na Europa, a meditação como uma grande fuga para os europeus, um refúgio em si mesmo. Vocês compreendem isso? Eu poderia falar sobre isso um dia inteiro, mas eu vou parar por aqui porque a gente tem uma aula para fazer.


Neste ano a gente vai precisar caminhar na coragem da nossa radiância, que é a coragem do nosso ser superior. E nós temos as condições ideais para fazer isso porque temos uma coisa muito irritante e provocadora, que se chama sangat. Então, estar em sangat é estar o tempo todo sendo provocado para a gente sair da zona de conforto. A gente tem uma coisa muito irritante e ao mesmo tempo confortadora, que se chama aluno. Porque servir ao aluno está dizendo que você está sendo provocado o tempo todo. E vocês têm uma coisa muito irritante e provocante e confortadora, que se chama professor. Meu tema deste ano vai ser este: provocar vocês para estarem sempre contemplando a possibilidade de sair da defesa do ser inferior, não resistir pela defesa do ser inferior, mas persistir na radiância. Vamos começar?


A aula de hoje é uma série para o lobo frontal. Foi uma sugestão da Kirn Jot e veio a calhar com nosso objetivo, porque sem o lobo frontal, não podemos caminhar na coragem da nossa radiância, sem o lobo frontal não tem essa caminhada. É o lobo frontal que é o mecanismo físico, fisiológico, químico que controla o impulso do ego. Eu acho muito possível a gente desenvolver uma atividade do lobo frontal porque há alguns animais que desenvolvem. É muito mais próximo de nós do que da Kali ou do Patrick, que conseguem controlar o impulso quando chamamos sua atenção, mesmo sendo cães.


Essa é uma aula em que a gente vai ouvir o Sukhmani da sua metade até o final. Um shabad que é uma infusão de paz na mente. Imaginem a gente tomando uma injeção que vai entrar no nosso sistema arterial e venoso até os capilares dessa infusão. Isso é muito importante.


Kriya para o lobo frontal, Do manual Mente e Meditação, nível 2.


A gente medita para desenvolver a intuição, porque a intuição é que ajuda a gente a desenvolver a rota do desconhecido. Nessa meditação, o Yogi Bhajan fala que se você não pode ver o que está atrás de você, o seu desconhecido, você vai sempre caminhar o caminho neurótico, o caminho do conhecido. Então a intuição vai ajudar demais nesse processo. A gente só descobre que a intuição está funcionando quando a gente experimenta.


Meditação: "Auto-hipnose para o Desenvolvimento da Intuição", do manual Mente e Meditação, nível 2


Excelente pessoal, foi um bom retorno.


Sempre tem um momento bom na vida da gente para a gente se fazer a seguinte pergunta: Por que eu preciso disso? Isso é uma crença? Eu tive uma experiência esta noite, que foi muito interessante. Eu tive uma insônia total. Eu lutava porque eu falava para mim assim: Eu preciso dormir porque amanhã eu dou aula, depois eu vou para Brasília, vou dar o nível 2, vai ser até a noite. Aí na hora eu parei e pensei, mas por que eu preciso disso? Quem sabe eu não preciso disso? Nesse momento eu tive profundo relaxamento. Eu tive essa luta durante a noite até no momento em que decidi, às três horas da manhã, que era melhor eu começar a minha sadhana logo e que eu não precisava de dormir. Devia ser umas 4h30, porque comecei a sadhana às 3h, quando pensei em fazer o café da manhã. Mas quem quer comer às 4:30 da manhã? “Vou preparar meu curso de Brasília”, mas já está preparado. “Vou preparar minha aula.” Já está pronta. “Bom, não tenho mais nada pra fazer, então vou dormir.” Deitei no sofá e dormi, de 4:30 mais ou menos até 6 horas. Então é sempre bom na aflição você se perguntar se aquilo é uma crença. Todo tempo a gente tem como colocar em prova o lugar neurótico e o lugar do espírito.


May the long time sun shine upon you...


[Transcrição: Sada Ram Kaur]

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